Por Abdul Hakim
Depois que recebi o Bayat, abertura de coração passou a ser algo acessível. E isso é um privilégio. Tem vários segredos espirituais nesse fenômeno chamado abertura de coração. Segredos que podemos experimentar e outros que não sabemos claramente o que são, de tão elevados.
Assalam Alaykum. Sou Abdul Hakim e vivo no Canadá há pouco mais de 5 anos. Minha reversão foi em novembro de 2016 e, no mês seguinte, em dezembro, cheguei nesse país, num processo acelerado de mudança de país. Meu plano inicial era chegar aqui somente em julho de 2017, mas eventos de força maior me levaram a chegar aqui muito antes que o planejado. Na ocasião, a única coisa que eu podia fazer era seguir o fluxo. Não entendia o que estava acontecendo naquele momento, pois era muito novo na Tariqa (nesse caminho espiritual).
Mais tarde, entendi que outros irmãos Naqshbandi, ao se entregarem à Tariqa, tiveram sua vida radicalmente mudada para melhor. No meu caso, quando cheguei aqui houve ainda mais mudanças aceleradas na minha vida. O fluxo de mudanças seguiu intenso, como uma enchente que me levava à força, mas em segurança. Durante esse processo, vi meu ego sentindo-se contrariado diversas vezes, com o que ele chamava “dificuldades”, mas jamais me senti abandonado.
Ouvindo outras histórias de irmãos sobre mudanças repentinas em suas vidas, vi que não tenho ideia da dimensão de nosso caminho espiritual. O grande diferencial é que temos nosso mestre Mawlana Shaykh Mehmet, com quem nos conectamos, de coração a coração, até O Altíssimo, Nosso Criador. E isso não é uma metáfora; é exatamente o que acontece e como funciona.
Nosso mestre nos orienta silenciosamente a lidar com nosso ego e isso, conhecer o ego, é algo que em geral as pessoas não se interessam em fazer. Olhar para o ego de perto, entender seus mecanismos e conseguir não ser seu escravo em alguns momentos… isso é vida. Nosso caminho espiritual é vivo. É por isso que é conhecido pelo mundo afora como Distinguished Naqshbandi Order – que quer dizer, “A Ordem Sufi Naqshbandi diferenciada”.
Falando com irmãos Naqshbandi árabes que vivem no Canadá e que conhecem outras ordens sufis, ouço coisas como: há algo a mais, vivo, no nosso Dhikr (prática espiritual em congregação de lembrança de Allah, O Deus Único); ou nosso Dhikr tem uma chave, um segredo que outras ordens não tem…
Antes de eu receber o Bayat (iniciação na Ordem Naqshbandi) participei de alguns Dhikrs em congregação. E, mesmo sem ter conexão com nosso mestre Mawlana Shaykh Mehmet, um fenômeno inédito aconteceu em mim: a abertura de coração. Eu não sabia que isso existia.
Depois que recebi o Bayat, abertura de coração passou a ser algo acessível. E isso é um privilégio. Tem vários segredos espirituais nesse fenômeno chamado abertura de coração. Segredos que podemos experimentar e outros que não sabemos claramente o que são, de tão elevados.
O Dhikr e a conexão espiritual com Mawlana Shaykh Mehmet são uma chave de paz incomensurável e indizível. Era o que eu buscava na minha vida durante anos, mas não imaginava que existia dessa maneira. E hoje, por exemplo, passei o dia inteiro com esse fenômeno chamado abertura de coração, que nos coloca harmoniosamente no nosso eixo e nos traz essa paz e harmonia que não tem como colocar em palavras.
A beleza disso é que o que descrevo aqui, e muito mais que isso, está disponível a todos, pois a Ordem Sufi Naqshbandi está presente em vários países, no mundo inteiro, mesmo no ocidente. E está espalhada no Brasil, crescendo cada vez mais, sob a responsabilidade do Shaykh Abdul Qadr e orientação espiritual de nosso mestre Mawlana Shaykh Mehmet.
Tive o privilégio de ir à Turquia no fim do ano passado e vi pessoalmente, pela segunda vez na minha vida, Mawlana Shaykh Mehmet (meu querido mestre Shaykh Mehmet), após exatos 5 anos. Estar na presença de um verdadeiro mestre vivo, não imaginário, não uma entidade, mas sim, um mestre vivo em carne e osso, é uma experiência que nos faz esquecer que estamos nesse mundo sombrio e cheio de desequilíbrio.